Refugiadas Urbanas – aporofobia com cor e gênero
Palabras clave:
refugiadas urbanas, situação de rua, corpos femininos, Brasília, medo da ruaResumen
Refugiadas Urbanas foi o termo cunhado pelo Padre Júlio Lancelotti ao se referir às pessoas em situação de rua, em meio à crise sanitária e ao aumento vertiginoso da miséria no país. O termo refugiada é muito pertinente, pois desde o Golpe de 2016 que resultou no impeachment da Presidente Dilma Rousseff, vários direitos vêm sendo gradativamente retirados dos trabalhadores brasileiros. A informalidade e a precarização no mercado de trabalho aumentaram ainda mais após a aprovação da Terceirização e da Reforma Trabalhista. Uma parcela significativa da população perdeu seu sustento e foi morar nas ruas. Esta pesquisa busca compreender estudar esta realidade e as definições e os princípios que guiam o cuidado às pessoas em Situação de Rua, é importante mencionar que existem distintas designações no que se refere à permanência na rua, desde ficar na rua momentaneamente, estar na rua por algum tempo e ser da rua continuamente. Estar na rua é uma situação limite, principalmente para corpos femininos. O duplo medo da rua, por um lado temos o medo da população que fica desamparada e sem acesso à moradia e sem qualquer direito à cidade apesar da existência de toda uma rede de apoio governamental; e o medo daqueles que não querem que o morador de rua se aproxime de seu espaço privilegiado. O que percebemos na realidade é um confronto entre pessoas, confronto entre classes, para tanto, é necessário falar sobre o duplo medo da rua.